Ah , essa minha vida de ser humano aprendiz , como diz-se ? Amadora . Sou tudo isso aí . Eu sofro testando memórias alheias . Tenho o hábito de querer revelar coisas que as pessoas já guardam em suas mentes e o péssimo gosto de querer rimar a luz com a escuridão . Tudo isso em uma dosagem absolutamente contraditória ,certamente errada . Assim mesmo , insisto em colocar o ponto final em todas as minhas falas .
Colo na porta do armário um "Não crie expectativas" mas desvio os olhos quando chega o amanhã . O mundo é uma grande roda gigante,como aquela que entramos um dia e ficamos fitando a paisagem ... Se posso afirmar algo , é que a estação muda e não são apenas brisas , chuvas, brotamento de flores e seu desfalecimento,só mudanças . Meu corpo continua sendo divagante demais mas ainda se faz capaz de abrigar os punhados de doce poesia , as irregularidades do convencional , a vontade de viver para a arte da vida . Eu sigo buscando vestígios de felicidade em toda esquina , comendo esperanças no café da manhã , trocando o jantar pelo lanche e fazendo-me escrava da liberdade contida , seja envolta pela sensibilidade do inverno ou pela compaixão da primavera .
Viver é meu combustível primordial ,meu pleonasmo , minha adoração . Os ventos ainda me comovem e os corações não me parecem apenas órgãos ensaguentados . Não consigo largar a mania de tomar notas de tudo e escrever o que já me vem à mente sabendo que perderá todo o sentido e não me pertencerá mais segundos depois . Sinto em mim fragrâncias de rosas e maresia - mas não fui a praia , nem tampouco tenho cuidado de jardins .
Então,me responda você , vocativo mascarado , é possível me acompanhar ? Porque eu mais pareço um resquício de charada sem resposta .
Paula C.
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