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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Coração desfigurado

Em seu colo choraminga um ladino pedindo abrigo
Não choras porque à vida sorri
E sim por que o olha com indiferença.

 Por menor que seja à dor
Não pode ser medida
É como dor dente que nunca para.

O deixou caminhar sozinho;
Viveu séculos que durou segundos ao lado da incontrolável paixão
Caminhou definhando em pensamentos. Ora bolas! 
Ela partiu, o que há de tão grave nisso?

 O ladino levantou à cabeça, enxugou as lágrimas que escorrera e respondeu:
                 " Amar não é só o sorriso do meio-dia.
                   Amar também é sentir a faca enferrujada  entrar lentamente em suas entranhas
                  Agonizar lentamente e não ter aonde ir
                  Amar, ora é infame, ora é a cura para todas as enfermidades
                 Amar nunca se tem por conhecido à tão clamada liberdade."

    Deixai-o remoer à dor do coração desfigurado.

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