Vírgulas & Aspas: A Arte do Desapego

Hoje acordei disposta a praticar “a arte do desapego”. Quero me desapegar de tudo que me prende a isso. E a pergunta que me fiz: porque desapegar de tudo? De tudo que me fez feliz? Busco as palavras certas para falar e tudo que me vem à mente é “sei lá”. Sei lá, vai ver não tem explicação. Talvez porque eu esteja dividida entre o tudo e o nada, ou é isso ou não é, porque já cansei das desculpas dadas para mim. Cansei entregar tudo, tentar entregar o que não tenho. Fazer o possível para dar certo e no fim não receber nada além de desculpas que não fazem sentido. Mas a verdade é que não tem como desapegar de tudo.

Entre o tudo e o nada, ele preferiu o meio termo. Viver de incertezas não leva ninguém a lugar nenhum. Descobri isso. Então escolhi o nada, porque se for para sofrer, que seja logo. E depois passa. Uma nova fase. E isso explica o desapego. Já estou me desapegando de tudo e não falta muito. Está na hora de me jogar pra vida e buscar aprender o que ela tem a me oferecer. Como dizem: desapegar é libertar-se.

Chega uma hora que temos que nos desapegar daquilo que não nos faz bem, seja lá o que for: um sentimento, fotos de duas pessoas felizes, uma pessoa, um objeto que te prende ao passado. Deixar ir quem já quer ir e partir pra outra. Acho que isso se chama amor próprio. Não sei, nunca fui boa com rótulos. E que seja!

“Amar é ter um pássaro pousado no dedo.
Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que,
a qualquer momento, ele pode voar”

- Rubem Alves

E é disso que preciso. Alguém que esteja comigo quando eu precisar, que me dê à mão. Alguém que eu possa me entregar e depois não ir embora à primeira desculpa que encontrar. Alguém que eu possa confiar e ser feliz... E depois não se vá. Okay! Obrigada por esse balde de água fria com gelo. Não quero um príncipe encantado, alguém que me faça feliz já é o suficiente.

                                 Monise Gabriely 

    

 Então, o que acharam? Conheço bem a escritora e confesso que ela melhora a cada dia.