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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Entre Quatro Paredes

Prendi meus pés a catapulta, não é direito meu saber onde irei cair. Meu corpo pode até continuar intacto, mas minha alma está indo em fuga por todos os caminhos.
  Eu tentei enxergar por entre o véu, eu tentei ouvir a sonoridade da minha alma. Por Deus, por quê todos têm que gritar tanto.
       Me pus diante ao sacrifício, regozijei uma ou duas vezes, então parei. Me entreguei totalmente ao escuro, subi aquela escada escura e fria, cheguei diante a uma porta mas, por que meu corpo já estará lá? 

 Palpitou meu coração (1,2,3)
Eu não quero ver à luz com mãos e pés atados ao chão. Meu corpo jaz no circulo do desespero, minha alma está correndo por todos os cantos.

Meu braço esquerdo gira no ar, enquanto à parte que me resta desfruta maliciosamente por ouvir tudo ao seu redor. Tive que experimentar o sabor da vida, sentir ela morrer ao entrar em contato com meus lábios.

Quem não se reconhece enquanto vê alguém debater-se com o desespero?
É tão simples jorrar lágrimas pelo chão.

Queria retornar, mas estou vulnerável, queria mais tempo para sentir os noventa dias de angustia e desespero.
 Trancaram as portas, pelos buracos das janelas dá para sentir pequenos raios de luz, nada se pode ver enquanto se é obrigado a ficar o próprio reflexo. Os nós se desfazem com o tempo, com o tempo percebe-se que só você é o seu fiel amigo.

                                                                                                     (Luciano Gomes)

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