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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Mergulho, Insano & Direção



Parece uma daquelas noites que tenho medo de sair de casa, sempre que me comparo a alguém estou sempre abaixo ou nem apareço na lista. Fico perplexo quando vejo meu reflexo no espelho, mas logo me contenho. Eu tive que explicar para mim mesmo o motivo de  não gostar da angústia delirante, já basta o pós-amor não cicatrizado. Já tive certas fases, hoje não demonstro nem ser A nem B, antes um egocentrismo maldito do que só mais um buscando atenção. Sou exatamente o que você pode enxergar: Alto, acima do peso, escreve textos e na maioria das vezes não sabe que genêro escreve e gosta de.... Ah, puxa! Devo me calar logo agora? E a minha bandeira?

Acredito que o amanhã talvez seja um tanto tarde para o que acredito, odiaria olhar o meu reflexo e sentir repulsa, seria um caminho imperdoável. Lembro que peguei a primeira roupa que vi no armário, vesti e odiei o modo que ela ficava no meu corpo, já era um pouco tarde, vesti a segunda e fui. Lembro ter ouvido gritarei meu nome, mas não dei tanta importância, entrei na casa da minha amiga. Um fato sobre mim: Eu odeio aniversários, porém era uma grande amiga, sacrifícios à parte.

Procurei uma poltrona em um lugar onde eu pudesse ter paz, fiquei lá por horas, até que vinheram me importunar.
- Você está bem?
- Estaria se não vinhessem me incomodar- Respondi
- Nossa...
- Desculpa.
- Entendo, se foi por minha presença eu vou embora.
- Não precisa.

Tive vontade de responder que SIM, me incomodava. Naquele instante tive vontade de pôr os pingos nos is, mas preferi calar a frase que saíria em seguida. Entreguei o presente, fingi passar mal e fui embora. No caminho de volta fiquei divagando em um vai-e-vem de pensamentos, pisei em falso e por pouco não quebrei o salto do meu sapato.

Ouvi gritarem
- Ei, o termino da estrada é aqui!

Falei repetidas vezes para mim mesmo

- Pai-Filho-Espírito Santo-Santíssima Trindade

Senti-me uma Maria Madalena no meio de um cabaré Boêmio naquele momento.
Era só uma fantasia em minha cabeça.

O Martini que tomei começara a fazer efeito, quando voltei pra casa já tinha passado da meia noite. Entrei silenciosamente  dentro de casa, mas fui traído pela cadela de estimação. Pra variar bebi uma taça de vinho tinto, ninguém percebeu no dia seguinte. Liguei a TV, mas não tinha nada que eu queria assistir, além de um pornô barato de 1999.

Já dizia Dona Leida:
" Precisa se assumir, pôr as coisas no lugar, se cuidar, se mecher, se atrever mais, Nossa Senhora!"

 Atualmente, prefiro acreditar que tudo é mais ou menos um sonho louco, o texto que escrevo é sem rumo. Olhei a Lua e em minutos seguintes ela tinha sumido, acredito que levou consigo os meus demônios - Pelo menos espero, caso contrário seria como penitência lembrar dele quando eu for dormir. Amanheceu, acordei com dor de cabeça, o pastor do apartamento acima do meu disse que a dor de dentro supera a da aparência e que bem aventurado é aquele que não leva consigo o título de melhor em tudo. Talvez, escreva isso em minha lápide. Hoje em dia nem mesmo meu cachorro me entende, bem diria meus amigos. As vezes eu iria longe, bem longe, mas antes eu buscava enlouquecidamente algum tipo de direção, algum lugar para ir, mas já faz um tempo que encontrei esse lugar, ironicamente é dentro de mim. Hoje o dia foi quieto, precisava de sossego, minha avó fez Torta e pediu pra vizinha do lado trazer pra mim, estava ótima. Escrevi uns três poemas, tive sono. Vesti meu pijama de bolinha e fui dormi, mas ninguém quer saber disso.

                                                                  Luciano Gomes

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